terça-feira, janeiro 17, 2017

18 de janeiro de 2016: o dia que Rock pesado morreu.

A canção "American Pie", original de DON MCLEAN em 1971, posteriormente coverizada por outros artistas, de CHRIS DE BURGH a MADONNA, é amplamente conhecida. Não obstante conter mais de 800 palavras (citando até a biblia, Lenin e Marx), todo mundo meio que sabe do que fala o refrão da canção: do dia em que a música morreu. Ainda que atualmente o autor confidencie, com muitas ressalvas, que a música conte de uma viagem mística de si mesmo, McLean sempre foi enfático ao afirmar que a situação citada é 03 de fevereiro de 1959, quando o nosso Rock 'n' Roll, que então tinha menos de 10 anos de idade (se considerarmos Alan Freed como primeiro ao utilizar o termo como um gênero musical em 51), perdeu num acidente aéreo três músicos estadunidenses BUDDY HOLLY, THE BIG BOOPER e RITCHIE VALENS (esse filho de imigrantes mexicanos). Talvez essa tenha sido a primeira vez que um astro do Rock veio a falecer, e logo três de uma vez!

No finado ano de 2016 o Rock'n'Roll perdeu muitos artistas: DAVID BOWIE, Rick Parfitt (STATOS QUO), Mick Zane (MALICE), Keith Emerson e Greg Lake (do ELP), Jimmy Bain (RAINBOW, DIO etc), Cris Squire (YES),  ... A lista é enorme, mas o que tem sido esquecido da grande mídia é o dia 18 de janeiro de 2016 quando CINCO artistas de Rock pesado (três deles mexicanos) faleceram no mesmo dia e em situação diversas.

Vamos conhecer um pouco deles e relembrar os fatos.

Dale Griffin, do MOTT THE HOOPLE.


O baterista britânico que ficou famoso por ser membro fundador da icônica banda de Glam Rock de Ian Hunter, além de ter se dedicado à produção musical, faleceu vitima de Alzheimer enquanto dormia na madrugada de 17 (domingo) para 18 (segunda-feira) de janeiro. O música havia sido diagnosticado com a vil doença em janeiro de 2009. A banda se reuniu em outubro do mesmo ano para uma turnê comemorativa de quarenta anos com o baterista do THE PRETENDERS com Griffin subindo ao palco para tocar as músicas do bis e cumprimentar a platéia.



Logo na manhã de 18 de janeiro a notícia da morte de Griffin ganhou as manchetes. Até então não teríamos como saber, mas começava um dos mais terríveis dias para o Rock pesado.

Everardo Mujica Sánchez, El Muneco, ou Lalo Tex do Tex Tex.



Inspirado pela presença de palco de Freddie Mercury e as calças justa de Robert Plant, o ex-professor de matemático nascido num pueblo do municipio de Txcala em 1959, se tornaria um dos grandes heróis do rock mexicano desde que ganhou notoriedade na segunda metade da década de 1980. De sombreiro de visual de roça, Lalo, apelido que se tornou seu nome artístico ainda que fosse conhecido também como O Boneco (el muneco), dizia que seu trio (por muito tempo formado só por parentes) era um dos poucos grupos exclusivamente Rock'n'Roll do México, sendo que os outros seriam Metal, pop etc.



Lalo faleceu em Cidade do México um pouco antes do dia de 18 de janeiro amanhecer. O cantor, guitarrista e compositor sofreu um ataque cardíaco regressando de um concerto domingo na cidade de Chimalhuacan, não vendo a luz daquela manhã de segunda-feira. Seu falecimento chocou o México, pois desde os fãs de Elvis até os Headbangers gostavam de sua música "à la ZZ TOP".

Glenn Frey do EAGLES.



Era por volta da hora do almoço quando soubemos que aos 67 anos falecia a voz e guitarra do EAGLES. Vitima de problemas intestinais com os quais lutava havia anos, o cantor, compositor (ou co-autor em alguns casos) e guitarrista de sucessos mundiais como "Hotel California", "Headache Tonight", "Take Easy" etc faleceu pela manhã em Nova York. Frey, que também teve carreira solo de sucesso na década de 1980, vide "The Heat Goes On" etc, já havia operado em  novembro de 2015.



Frey havia voltado com o EAGLES em 1994 e banda seguia com relativo sucesso, não obstante suas exigências de ter cachê superior aos outros membros por ter sido o mais bem sucedido nos tempos de afastamento do grupo, foi o músico que falecimento foi mais alardeado; notadamente pelo EAGLES possuir muito fãs que nem são do Rock.

Sergio Lopez, baterista do LUZBEL.



Os relógios ainda não haviam dado o horário das pessoas regressarem ao trabalho quando outra notícia terrível veio. Faleceu Sergio Lopez, baterista que esteve com o LUZBEL entre 1984 e 1986, saindo pouco antes de começarem as gravações de "Pasaporte al Infierno", mas tendo nos seus créditos o clássico "Metal Caído del Cielo".

Considerado por muitos um dos melhores discos de Heavy Metal latino, esse EP foi o único que registrou os talentos de Lopez, mas foi o álbum que fez o LUZBEL conhecido internacionalmente pelas gerações de Headbangers. Músico ausente e de hábitos reclusos, não foi divulgada a causa da morte e outros circunstâncias relacionadas seguem sem explicação.



Em nota oficial, Raúl Grenas (guitarrista e dono da banda), disse que Lopez foi o melhor músico que já trabalhou em termos técnicos e humanos. Já Arturo Huizar (ex-vocalista que tem uma banda chamada LVZBEL) realizou um concerto em homenagem ao ex-parceiro ainda naquele janeiro.

JORGE CABRERA, vocalista do LUZBEL.

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Ainda que muitos acreditem que "Metal Caído Del Cielo" (1985) seja o primeiro disco do LUZBEL, a verdade é que a banda existia desde 1981 (com o nome de RED) e havia gravado um disco completo em 1983. Acontece que a gravadora WEA à época considerou o som da banda "Fora dos padrões" e o mesmo ficou engavetado até meados dos anos 1990, sendo lançado sob o nome "El Comienzo" quando Rául Grenas e Arturo Huizar romperam caminhos pela segunda vez.



O guitarrista Raúl Grenas havia acabado de chegar do velório de Sergio Lopez quando recebeu uma ligação indicando que outro ex-membro de sua banda faleceu. Assim como no caso anterior, nenhum detalhe foi informado. Dono de uma voz sólida, Jorge Cabrera havia se desligada da música após o grupo ser rejeitado pela gravadora.Também novamente, headbangers do mundo topo lamentaram o  falecimento do vocalista antes desse dia terminar.

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O Rock Dissidente lamenta os cinco falecimentos e faz figas para que nunca uma data tão maldita se repita.

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